A celebração de uma atividade vitoriosa jamais seria completa se não houvesse uma comemoração festiva. Seja ela motivada por: uma palestra bem apresentada nas sextas-feiras; um curso de introdução à astronomia com auditório repleto de aficionados totalmente interessados nas belezas e mistérios do nosso mundo e do universo; uma observação pública de um eclipse lunar ou solar; uma Festa das Estrelas para contemplação de planetas e seus satélites, constelações e do céu profundo com suas galáxias, nebulosas e aglomerados estelares; comparecimento em palestras de avatares dos gênios da astronomia, tais como Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Oscar T. Matsuura, João E. Steiner, Marcelo Gleiser, John Dobson etc.; aniversários de associados, especialmente o do nosso sempre presente e atuante presidente Adolfo Stotz Neto, cuja data em 11 de janeiro abre o calendário associativo do GEA. Enfim, sempre trazendo à memória as realizações de cada decênio vencido, tal como a icônica viagem ao Chile em janeiro de 2005, visitando os telescópios gigantes SOAR (Br) e Gemini Sul (USA) no elevado Cerro Pachón, consagrando nossos 20 anos de fundação.

Nos idos de 1987, apenas um ano após a histórica última passagem do Cometa Halley nas vizinhanças da Terra, ele que foi o germe de gestação do GEA, nosso Grupo já vestia uma roupagem que o definiria como um Clube de Astronomia Amadora altamente especializado na divulgação pública da astronomia de qualidade. Um sinal celestial, tal qual o Anjo Gabriel, representou sua anunciação: a Supernova 1987A resplandeceu no céu do Hemisfério Sul Celeste, exatamente na nossa galáxia satélite, a Grande Nuvem de Magalhães. Perfeitamente visível desde o Planetário UFSC, ela “Nova_mente” impulsionou a importância do GEA no contesto da astronomia em Florianópolis.

E assim sucessivamente, novos e grandiosos eventos celestes foram pelo GEA acompanhados, divulgados na imprensa e compartilhados com o corpo discente da UFSC e a comunidade em geral. A emoção de ver um objeto celeste ao telescópio pela primeira vez, observada na alegria de crianças, familiares e participantes, igualmente nos trazia a felicidade de proporcionar esta experiência fantástica adornada com informações científicas. Ao final de cada um destes acontecimentos, nada mais justo celebrar o sucesso de todo vitorioso esforço do “Staff GEA” em prol da astronomia viva, salutar e forte em Florianópolis e no nosso Estado.

Vamos portanto resgatar os lugares em que o GEA se reunia e ainda o faz, momentos em que nossas amizades se fortaleciam, os ajustes e planejamentos eram costurados, fabricando a amálgama da solidez do longevo e brilhante Clube de Astronomia Amadora. A mudança de endereços eram geralmente por motivos comerciais das empresas.

Antes porém, é importante lembrar que tudo começou numa época quase “Desterrense”: não havia celulares nem internet e as câmeras digitais só se popularizaram na década de 1990. Nossas “máquinas fotográficas” com filmes de celulose de 12 ou 24 poses eram as que tínhamos. Deste modo, a documentação era escassa e, nestas condições, sempre lembramos das últimas palavras do Replicante Roy, em Blade Runner: “As lembranças são como lágrimas na chuva…”

#1 – Restaurante Tritão – localizado praticamente no campus universitário, vizinho ao Planetário onde eram realizadas as palestras, cursos e várias observações, ele foi decisivo para o futuro do GEA. A confiança estabelecida com o proprietário e seu filho foi tão grande que quando as conversas varavam a madrugada, nós é que fechávamos a porta. O mata-bicho era o Rabo de Galo, uma mistura “half to half” de Underberg com Steinhaeger… oh My God. Mas o selo de qualidade chamava-se – Dona Valduga: uma exímia cozinheira, moradora de Santo Amaro da Imperatriz, que preparava um inesquecível Filé à Milanesa com fritas, arroz e maionese. Neste ambiente quase exclusivo, o GEA virou uma família. Raramente saíamos antes das 01:00 h na madrugada de sábado. As conversas fluíam como se estivéssemos numa ágora. Todos os assuntos vinham à mesa mas um deles era recorrente: o estimado associado advogado Carlos Henrique Barros, além de comentar sobre a extrema intransigência da parceira Galega, sempre repetia a pergunta: Deus existe mesmo? Isso era pior que dar nó em pingo d’água porque a resposta está dentro da cabeça de cada um, e não fora dela.

#2 – Sede do DER_SC – por cortesia do sempre elogiado e inesquecível associado Newton Tesserolli, a sede social do DER em Cacupé era o destino carimbado para as solenidades de fim de ano – o apogeu de mais um ano, com muitas histórias para contar. O perfeito churrasco do Dal Molin era precedido rodada dos cancioneiros Avelino, Tadeu e Angelita. Com muita integração entre familiares e associados, discursos e distribuição de mimos, cada um destes eventos deixou sua marca no GEA para fortalecer a vontade de superar os desafios futuros.

#3 – Frango & Fritas – Sempre muito concorrido por seu cardápio de porções variadas, tinha como carro-chefe o Frango a Passarinho com polenta crocante, fritas e parmesão. A nossa primeira estadia foi no endereço da Rua Lauro Linhares. Apesar da grande algazarra estudantil, foi ali que o GEA produziu sua identidade social, com intermináveis discussões sobre geopolítica e sociologia, naturalmente permeadas por astronomia. A lembrança destes tempos ainda é colorida, tão grande foi a impregnação emocional. Mais recentemente, o F&F mudou-se para o Santa Mônica, aonde retornamos para um novo excelente período atendidos com toda atenção por seu proprietário, o Sr. Fogaça, grande figura, também virado num alegre madrugador em conversas com o GEA. Atualmente está focado no período do almoço.

#4 – Chuleta na Tábua – Na região do Córrego Grande, oferecia um ambiente calmo muito propício para nossas elucubrações siderais e terrenas. Foi um período pequeno e reconfortante.

#5 – Restaurante da ELASE – também localizado na região do campus universitário, nossa frequência era facilitada pela proximidade ao Planetário. Cardápio estruturado fortemente em pizzas, nossa fidelidade e afinidade ao menu chegou no ápice ao batizarmos algumas novas pizzas, com coberturas de nossa sugestão, com nomes de planetas do sistema solar. Um evento marcante neste restaurante foi a comemoração do aniversário da mãe da emérita associada Angela Tresinari. Dona Iole, moradora de Brasília, veio conhecer as companhias de sua filha, entendida por ela como sendo um grupo de “Gastrônomos Malucos”. Felizmente sua doçura conquistou a todos, o mal-entendido foi desfeito e terminou em mais uma confraternização familiar inesquecível. Outro evento memorável neste espaço foi a comemoração do 20º Aniversário do GEA. As presenças do Professor Avelino A. Alves e Helga R. Szmuk engrandeceram esta comemoração. Este espaço fechou por questões comerciais.

#6 – Valentino Restaurante e Pizzaria – Por volta do ano de 2010, este estabelecimento localizado no Itacorubi tornou-se icônico ao GEA. Vários elementos foram determinantes para este legado: proximidade; fácil estacionamento; proprietário italiano que vigiava desde a Itália o atendimento e a cozinha por câmeras de vigilância; ambiente aprazível com mesa grande para o Grupo; pizzaiolo várias vezes premiado internacionalmente; pizzas de massa e sabores inigualáveis; Crostini de pizza com oliva e alecrim era a unanimidade do petisco; nossa preferência pela tipo “Portuguesa” ficava com sabor cada semana melhor; carta de vinhos perfeita em qualidade e preços acessíveis; atendimento super simpático e prestimoso, especialmente pelo distinto garçom Paulo que cursava em nível universitário. Por sua simpatia e finesse, foi apelidado carinhosamente de Monsieur François, o famoso Françoá . Muitas sextas e comemorações foram ali realizadas, sempre com satisfação garantida. Fechou por motivos comerciais.

#7 – Chico Toicinho Trindade – também ambiente aprazível com ótimo cardápio, foi palco de muitas celebrações, contribuindo muito para a unidade do GEA.

#8 – Vício da Gula – Localizado na Av. Madre Benvenuta, foi escolhido por oferecer um mezanino isolado onde as conversas não tinham ruídos de fundo. Cardápio com Hambúrgueres e Prato Feito. Ótimo atendimento, tipo individualizado. Supriu as necessidades do Grupo para seu social e planejamentos. Mudou o foco do atendimento para o período diurno.

#9 – Feito Pizzas & Massas / Trindade – mais um espaço de gastronomia italiana de qualidade muito propício para confraternizações. De agrado geral, é a atual escolha do GEA.

#10 – Muitos associados ofereceram suas residências para genuínas celebrações de sucessos do calendário GEA e datas festivas. Especialmente os associados José Geraldo Mattos e Angela Tresinari, foram de máxima importância para o desenvolvimento do Grupo. O presidente Adolfo Stotz Neto foi a pedra fundamental: inicialmente na ampla sala de sua residência no Itacorubi, onde dezenas de reuniões preparatórias para o ensino da astronomia foram realizadas; depois, num local escolhido por ter céu sem poluição luminosa onde construiu um Observatório Astronômico, no sempre lembrado “Red River”. José Tadeu Pinheiro, na Barra da Lagoa, foi outro ilustre anfitrião com deliciosos cardápios de frutos do mar preparados pelos “Gastrônomos Malucos”. Nos Ratones, Alfredo Martins proporcionou um dia inteiro de festa animada pelo conjunto de Rock N’ Roll – The Mockers, para alegria dos dinossáuricos beatlemaníacos. Sérgio Schmiegelow, com seus familiares em Canasvieiras, recebeu o GEA com um mais que perfeito prato de massa à moda japonesa. Luiz Beltrame Dal Molin, sempre reconhecido por unanimidade como exímio Gourmet do GEA, foi imprescindível nos churrascos de fim de ano. Entre muitas receitas saborosas, a Salada com Beterraba e a Sobremesa de Sagu feita com vinho Canção, eram de lei. Márcia Regina Stähelin (Renato), em São Pedro de Alcântara, com suas famosas e apreciadas Galinhadas, ainda complementava os encontros com uma Festa Estrelada, com o especial céu negro do interior; foi lá, numa noite congelante, que vimos a maravilhosa Calota Polar de Marte. Márcia Philippe (Vianney), nossa astuta astrofotógrafa, igualmente proporcionou esmeradas e inesquecíveis confraternizações sob o céu propício do Campeche. Daniel B. Cordeiro (Turilda), grande colaborador das atividades observacionais do GEA, não perdia oportunidade de abrir seu pátio para Eclipses Lunares saborizados com iguarias coreanas. Antônio C. de Lucena e Neli Edit Seib foram sempre importantes e distintos agregadores do Grupo, recebendo o GEA com toda excelência.

E nunca faltaram as imprescindíveis e participativas companhias dos demais esteios do GEA, associados que no trabalho e no lazer sempre estiveram consolidando a nossa existência, e por isso nos tornamos um longevo e representado nacionalmente Clube de Astronomia, o GEA. São eles: as diretoras do Planetário UFSC – Edna Maria Estevens da Silva ( José Amilton ) e Tânia Maris Pires Silva (Altino), Avelino Alcebíades Alves, Newton Tesserolli, Altair Wagner, Frederico de Freitas Taves (Monalisa), Marcos Boheme, José Aberto Pinho, Nelson Infanti Júnior, Ricardo Matsura, Cleber Lima Chaves, Angelita Pereira, Adair Cardoso (M.V.), Kay Saalfeld, Carlos Henrique Barros, Cecília dos Santos Cardoso, Laércio Esô Medeiros, Jacqueline Silva, Sandro Livramento Machado, Gustavo F. S. Latorre e muitos outros queridos. Aos grandes e eternos parceiros do GEA, muito obrigado!

Tim-Tim, Saúde, Salute, Santé, Salud, Cheers, Prost, Kampai, Zdorovye!